segunda-feira, 17 de julho de 2017

DEVONIANO NO BRASIL



O MAR DEVONIANO NO BRASIL

Autor: Prof. Dr. Natalício de Melo Rodrigues, 2017.
Texto em construção e sujeito a revisão.

O Devoniano.

Na escala de tempo geológico absoluto teórico, o Devoniano, é o período da era Paleozoica do éon Fanerozoico que está compreendido em média teórica em valores que oscilam entre 400 milhões e 360 milhões de anos atrás aproximadamente. O período Devoniano sucede o período Siluriano e precede o período Carbonífero, ambos de sua era, por ser extenso divide-se nas épocas Devoniana Inferior, Devoniana Média e Devoniana Superior, da mais antiga para a mais recente. Se crer que é desse período a formação de muitos dos depósitos de petróleo e gás natural que são explorados na atualidade.

Acredita-se também que durante o Devoniano, ocorreu uma grande proliferação da fauna marinha na forma de peixes, que dominam de vez os ambientes aquáticos, motivo pelo qual o Devoniano é conhecido como "A Era dos Peixes"; além dessa proliferação, surgem os primeiros peixes com mandíbula, os primeiros tubarões primitivos e os placodermos assumem o trono no topo da cadeia alimentar, porém se extinguem no final do período, afirma-se ainda que neste período que surgem os primeiros anfíbios.

O Mar Devoniano no Brasil.


No Brasil estudos são parcos e o pouco que se pesquisou para construção desse tema são quase que citações indiretas quando o tema é Período Devoniano, Mar Devoniano ou ainda Devoniano no Brasil. Por essa razão busquei expor algumas citações de que tenho conhecimento,do meu artigo da dissertação do mestrado e do doutorado na UFPE em geografia. Não é um conhecimento abrangente, e tem seu foco maior na área que envolve a Bacia do Recôncavo Jatobá, especificamente área que compõe o Parque Nacional do Catimbau que vivenciei e estudei por dez anos. Algumas das citações são de Gilberto Osório de Andrade e Manoel Correia de Andrade, esse último meu professor do qual pude tirar algumas dúvidas.

Nessa pesquisa apontou-se que DEVONIANO foi marcado por uma grande transgressão marinha, essa veio ocorrer possivelmente pelo flanco norte ou setentrional, condição ambiental em que esse antigo Mar Devoniano  era  uma continuação do antigo oceano que predominou na época, denominado de Oceano Pantalassa. Esse mar em outro momento geológico posterior recuou em razões associadas a fenômenos geológicos: a) um primeiro, antigo e datado do Devoniano, possivelmente relacionado a compressão convergente pré-andina que impulsionou os terrenos primitivo central do Brasil em direção ao Leste, esse enlevando-se deu início a um recuo, tal  fato geológico possivelmente se concretizou  no início do período Carbonífero; b) um outro, mais recente em termo geológico datado do inicio do Cretáceo, quando uma divergência de placas, a saber: as placas da América e da África se iniciou por movimento de convecção no manto uma divergência de placas, e consequente a fragmentação da Godwana, em tempo deu início a criação de um mar raso (pré-atlântico), por sua vez  a Oeste a placa Sul-Americana convergiu com a Placa de Nazca, em decorrência dessa convergência originou uma significativa orogenia a contraforte Oeste, que iniciou a elevação em forma de dobramentos moderno, como consequência uma orogenia soergue lentamente e de forma continuada o pré-planalto central brasileiro primitivo, essa elevação de terrenos andina findou no soerguimento das antigas bacias paleozoicas que hoje forma conjuntos de  planaltos sedimentares brasileiros.

Considerando a simulação do movimento das placas tectônicas do aplicativo EarthViewer 2.0 produzido por Mark E.Nielsen, PhD, percebe-se que no principio do Devoniano essa vasta invasão marinha estendeu-se por uma grande área do território que seria o Brasil tempos mais tarde. Essa transgressão marinha teria abrangido na época três grandes bacias sedimentares (Parnaíba, Amazônia e Paraná) confirmando assim o postulado por Mendes & Setembrino (1971), fato que iniciou um novo capítulo na história geológica brasileira. Na Amazônia por sua vez, o mar, provindo do geossinclinal Andino, já havia transgredido a bacia no Siluriano. Embora o mar tenha tido grande participação na evolução da parte brasileira do continente sul-americano, onde predominam as rochas de origem sedimentar continental, o que evidencia que o território brasileiro, em sua grande parte permaneceu emerso (Houghton Mifflincitado in Evolução de Um Continente -MC.GRAW-HILL do BRASIL,1975). E importante salientar que Durante a Era Paleozoica, não há registro da presença do Oceano que hoje é denomina-se Atlântico na faixa costeira do Brasil.

Os planaltos sedimentares soerguido no centro do Brasil indica que um mar esteve presente nas bacias brasileiras, definidamente no Devoniano até o final do Permiano (Houghton Mifflincitado in Evolução de Um Continente -MC.GRAW-HILL do BRASIL,1975), mas essa afirmação tem sido contestada, há autores que discorda, crendo que no carbonífero esse mar já não existia, como o caso de Mark E.Nielsen, PhD. Se crer ainda que quando esse oceano  na forma de mar que havia penetrado no setor setentrional, boreal  ou norte, e que veio encobrir a parte do que mais tarde iria constituir o semiárido nordestino, especificamente em sua maior extensão atinge grande parte do que é hoje  a Depressão Sertaneja.


Figura 2: Representação do mar Devoniano no Brasil: Os limites do que seria mais tarde o território do Brasil atual aparece na figura acima representado pela linha pontilhada na cor vermelha. Observa-se que a maior parte da terras que veio a constituir o território brasileiro aparece quase que inserido no Círculo Ártico (círculo em cor amarela), por sua vez, a representação do que seria o mar Devoniano em sua extensão maior aparece representado pela cor azul, nota-se que a ideia da tendencia que abrangeu em sua maior parte o semiárido com ênfase do que seria hoje a localização da depressão sertaneja e elucidado. As cores em tom verde representa as massas do antigo continente Gondwana. Fonte: EarthViewer app sistema ios Ipad. por Mark E.Nielsen, PhD, 2017.

Considerando a disposição nesse simulador, ver-se que esse período é marcado por intensas mudanças na localização geográfica, implicando mudanças nas condições geológicas, no clima pretérito, principalmente no fator climático latitude e consequente nas condições ambientais. Desse modo esse conjunto de massa de terras que constituía o antigo continente denominado Gondwana, e que mais tarde após fragmentação viria a constituir a América principalmente o Brasil e a África eram bastantes diferentes das atuais.

 Indícios Geológicos  Devoniano no Brasil

Segundo Antonio Teixeira Guerra (1980) afirma que  o clima é o mesmo do Ordoviciano e Siluriano - era uniforme de norte a sul. Há também indícios de clima áridos embora não haja registro de depósito de sal e gesso.  Os mapas geológicos do Brasil mostra que as áreas mais extensas de terrenos devonianos aparecem na Bacia do Amazonas, na Região  do Meio-Norte, no Estado de Mato Grosso, na Bahia e na Bacia do Paraná. Os afloramentos devonianos na  Bacia do Amazonas são maiores na margem esquerda do rio, sendo representados pelas camadas de Maecuru, Curuá e Erêre no estado do Pará (GUERRA,A.T.1980). Considerando os antecedentes geológicos relacionados a movimentos tectônicos de ordem epirogenético se crer que a disposição das terras também eram mais baixa que as atuais. 
Figura 3: mapa representando o antigo continente Gondwana no início Mesozoico. Fonte: Wikipédia.2017.

Argumento a luz da teoria tectônica de placas aplicada ao  Brasil ver-se que fazia parte do antigo continente Gondwana consistindo assim uma grande porção de terras que abrangia os atuais continentes África e América do Sul, e que ambos no Devoniano eram quase que totalmente abaixo do círculo polar árticos. Entretanto, embora a distribuição de suas terras embora já tivesse a forma semelhante a de um trapézio, muito parecido com as condições atuais que conhecemos hoje, porém havia um diferença na disposição, a parte estreita não era e voltada para o sul, mas sim para o sentido Leste-Oeste, e nessa época geológica  as cordilheiras do Andes ainda sequer  existiam. Portanto, eram condições paleoclimáticas bem diferentes das condições tropicais atuais. 

Possível condição ambiental das águas do mar devoniano.

Considerando a posição latitudinal da Godwana por Mark E.Nielsen, PhD observa-se que o Brasil situava-se bem abaixo do círculo polar ártico, nessas condições e considerando as leis da climatologia aplicada a ambientes de criosfera, tudo leva a entender que as águas durante o Devoniano  em sua maior parte  eram frias e possivelmente doce. Essa citada característica hídrica fria se deve porque nessa localização de baixa latitude sul, as temperaturas tendem a se comportar  em conformidade a latitude, assim quanto maior a latitude menor as temperaturas. Quanto a crer que a característica  de ser  as águas doce, decorre da condição das características que em geral são presentes  nas águas na atual criosfera. Conforme a climatologia se sabe que a água ao passar para o estado sólido não retém sais, assim por sua condições de latitude elevada essas águas tenderiam  a apresentar uma salinidade menor. 

O nordeste brasileiro no Devoniano.

O Nordeste constitui um importante testemunho de bacias sedimentares associado a fundo de mar, dotados de importantes formas de relevo como são os casos dos Planaltos sedimentares, bacias sedimentares e  morros testemunhos, evidencia fortemente a ideia de que essa região foi de fato sujeita a inundação marinha ainda no Devoniano. O melhor indício do Devoniano e de fato as formas de relevo citadas são encontradas na região o semiárido especificamente  na Depressão Sertaneja,em Pernambuco tem um dos melhores testemunho são as forma de relevo em arenito presente no Parque Nacional do Catimbau (Rodrigues, 2006, 2010; e a Formação Inajá (Barreto,1968)

Figura 4: Serra da s Torres inserida na Bacia do Jatoba- Buique-PE, na Geomorfologia a denominação dada a essa forma a conjunto de morro testemunho em arenito devoniano. Fonte: Natalício de melo.2014.

O Parque Nacional do Catimbau situa-se na cidade de Buique-PE, também conhecido como Vale do Catimbau, é um parque nacional brasileiro situado no estado de Pernambuco. Foi criado em 22 de agosto de 2002, abrange os limites territoriais dos municípios de Buíque, Ibimirim, Sertânia e Tupanatinga, entre o Agreste e o Sertão pernambucano e visa preservar amostras do bioma Caatinga. 

Suas formações geológicas são compostas de arenitos e apresenta-se um vasto e variado relevo diversificado na forma de chapadas sedimentares soerguidas, encostas abruptas, relevos de questas, morros testemunho e grandes vales abertos. É uma região de intensa erosão, o arenito possui diversas cores e tipos e alguns datam milhões de anos.  

Considerada Área de Extrema Importância Biológica, por apresentar cerca de duas mil cavernas e 28 cavernas-cemitério, registros de pinturas rupestres e artefatos da ocupação pré-histórica datados de pelo menos 6 000 anos. Os pesquisadores acharam 27 sítios arqueológicos no Vale do Catimbau. Dentro do parque há diversos pontos de visitação, inclusive a Pedra Furada, acredita-se que há milhares de anos o local onde fica a Pedra Furada era coberto pelo oceano e que a pedra se furou a partir da erosão causada pelo vento e pela água. O vale do Catimbau possui hoje elevações com altitude de 900 metros.




Figura 5: Frente de Custa em rochas sedimentar de arenito do período Devoniano denominado Morro da Tinideira borda frente a BR 232 em Arcoverde-PE na depressão Sertaneja. Fonte: Natalicio de Melo,2017.

Figura 6: Furna do Gato. Observa-se a formação de arenito datada de 400 m.a.
Fonte: Natalicio de Melo.  

Segundo Manoel Correia de Andrade as  chapadas sedimentares, fragmentadas e espalhadas pelo sertão de Pernambuco a oeste da Borborema e principalmente ao longo das cidades de Arcoverde, Sertânia, Ibimirim são testemunhos de um capeamento uniforme que teria existido na região quando esse fundo de mar foi elevado. "Tudo leva a crer que durante os períodos da era Secundaria especificamente o  um grande mar de interior deva ter coberto quase toda a porção norte do sertão do nordeste, no fundo do qual teriam se acumulado espessas camadas superpostas, os mais variados tipos de detritos sedimentares (ANDRADE,M.C.,1969)".

No final do Devoniano forças de tectônicas na forma de arqueamentos manifestaram-se no grande domo no central do Brasil e o soerguendo de forma lenta e continua. Se crer que esse domo se desenvolveu relacionado a forças divergentes decorrente do afastamento da África e da América do Sul que vieram a forma o Oceano Atlântico. 

Esse fenômeno geológico divergente das placas Sul-americana e África causou uma intumescia no Brasil manifestando-se na forma de um domo arqueado pode ter sido o responsável pelo desenvolvimento de uma rede radial exorreica ao oceano Atlântico que tanto contribui para condições intermitente reinante na drenagem hídrica no agreste pernambucano.

O Domo da Borborema e sua relação geológica com o período Devoniano.

Do ponto de vista geotectônico, o que individualiza o Nordeste é o fato de ser produzido nele uma das deformações pós-cretácicas do embasamento pré-cambriano que compartimentaram topograficamente o velho e rígido Escudo brasileiro num mosaico de planaltos a que se dá o nome abrangente de Planalto Brasileiro. No nordeste oriental propriamente dito essa deformação consistiu num bombeamento de grande raio e pouca altura,do tipo "abóbada de escudo", à custa do qual foram re-salientados maciços antigos que tinham sido extensivamente degradados durante o cretáceo, engendrando-se a partir dai grandes direções radiais duma drenagem grosseiramente centrifuga, representando pelos rios que correm para a costa setentrional (CE e RN), para o oriental e para o São Francisco ao sul (afluentes pernambucanos), tudo isso configurando o aspecto dômico do núcleo nordestino do Escudo, que desse modo se comporta como um centro de dispersão d'águas(ANDRADE,G.S.,1977). 
Observa-se na figura 7 acima as condições de drenagem gerais da rede hídrica das rios do Nordeste, ver-se que a província geológica denominada Planalto da Borborema funciona como um domo dispersor de águas do tipo Drenagem Radial. No verão e período de seca o centro do domo os rios por serem perene não escoa com a mesma intensidade que no verão. No inverno ao contrário relacionado ao período de intensos aguaceiros os rios intermitentes por natureza tornam-se perene realçando a superfície dômica dominante do Planalto da Borborema, funcionado assim como um grande centro dispersor de águas. Fonte da Imagem; Mapa o Caminho das Águas projeto de transposição do Rio São Francisco. Autor desconhecido.2010.

Assim, considerando Andrade(1977), esse domo que hoje permeia a geomorfologia do nordeste manifesta-se na condição de Domo arqueado denominado Borborema o que possivelmente fez recuar essas águas devonianas de modo que no início do período Carbonífero esse mar já não existe. Mas tarde já período Terciário cerca de 60 m.a. início Paleógeno a convergência das placas sul-americana e de Nazca ampliaram seu grau de convergência e manifestaram seu efeito na borda continental da América do Sul soerguendo-o, dessa forma condição geológica de orogenia fez soerguer as cordilheiras do Andes, consequentemente a Plataforma Brasileira foi reativada sob a fenômeno geológico denominado epirogênese condição em que a plataforma já inclinada foi ampliada e direcionada para o Oceano Atlântico em drenagem exorreica. 

Nessas condições geológicas de epirogênica os processos geomorfológicos até então reinantes foram invertidos, as antigas área de sedimentação passaram as ser erosivas, a partir desse momento se iniciou através de diversos ciclos erosivos a destruição da antigas coberturas sedimentares e a consequente exumação das superfícies aplainadas do embasamento cristalino do agreste e sertão do nordeste. No norte na região do  Amazonas restou apenas uma estreita faixa de água na forma de um rio denominado sanozama (significa amazonas em sentido inverso) que desloca-se do leste para oeste quando ainda sequer existia a cordilheira andina.

Formação Inajá

Segundo Barreto (1968) a formação Inajá é uma Unidade Estratigrafica pertence a Bacia do Jatobá e tem sua idade geológica inserida na Era Paleozoica e Período Devoniano. Essa camada  teve como ambiente  deposicional mares de plataforma rasa associado a condições hídricas fluviais. A exemplo da Formação Tacaratu Siluriana afloramento de forma continua, cuja área se estende desde a região SW do povoado de Moderna atual Central do Brasil,extremo N da bacia, até na porção sul da cidade de Inajá. Seus afloramentos mais  característicos estão situados na região do sitio Trocado a ESE do Frutuoso, nas proximidade do povoado de Moxotó e a Sul da Serra do Manari.  

Ainda segundo o autor as características litológicas aliadas  às estruturas sedimentares observadas em loco, além do seu conteúdo fossilífero, permitiu indicar um ambiente deposicional marinho  de plataforma rasa dominante, apresentando, de forma subordinada, um evento regressivo caracterizado pela implantação de um sistema fluvial entrelaçado com paleocorrentes (...).


Figura 8: Afloramento da Formação Inajá na Bacia do Jatobá, situada no Sítio Trocado, Povoado de Campos- Ibimirm-PE. Essas sedimentação apresenta arenitos médios e grosseiros com porções bastantes oxidadas, e ferruginosas, e em cores que variam do róseos e avermelhados. Fonte: Canal M19 .Rodrigues,N.M.2006.

Parque do Catimbau: testemunho do mar Devoniano *

Essa imensa formação de arenito presente na paisagem do parque do Catimbau tem uma origem bastante singular. Segundo Petri & Fulfaro (1983, p.4-8), toda a área do sertão pernambucano constituiu, num passado geológico, fundo de mar, de modo que se estabeleceu no Siluro-Devoniano a maior transgressão marinha do continente americano. Teorias apontam que esse mar teria inundado a América do Sul pelo ocidente, através da borda continental, onde atualmente se encontra a cordilheira dos Andes. Assim, durante esse período a plataforma sul-americana encontrava-se imersa (PETRI & FULFARO, 1983, p.317), a não ser por uma estreita faixa de terras emersas situada na extensão das atuais Guianas até a Bolívia setentrional.

Mendes & Setembrino (1971), por sua vez, afirmam que durante o Devoniano, esse mar teria inundando as bacias brasileiras até o Permiano. Quando atingiu sua maior extensão esse mar recobriu e, teria unido por determinado tempo três bacias sedimentares brasileiras: a Amazônica, do Paraná e Parnaíba (SALGADO-LABOURIAU, 2001, p.178). 

Daemon (1976) apud PETRY & FULFARO (1983), trabalhando num contexto global, corroboram a ligação entre as três grandes bacias brasileiras durante boa parte do Devoniano brasileiro, principalmente no Devoniano Médio. Essas bacias se comunicavam entre si por corredores. “Um corredor de rumo nordeste passaria pela futura fossa tectônica de Barreirinhas”. Outro “corredor” dirigido para leste ligaria a bacia à região do Jatobá, Estado de Pernambuco “(PETRI & FULFARO, 1983) e, finalmente, um outro “corredor” que estabelecia ligação com a Bacia do Paraná. Nesse período, o Brasil e a África ainda se encontravam unidos em uma grande massa continental, Gondwana.


Figura 8; Observa-se um mapa do estado de Pernambuco, as cores em vermelho representam onde predominam os Terrenos Ígneos Metamórficos do Pré-Cambriano, as cores verde, amarelo, laranja e roxo as bacias sedimentares. O terrenos sedimentares devonianos estão representados pela com marron são presentes na Bacia do Tucano-Jatobá, no mapa essa bacia esta situado nos limites dos estados de Alagoas e Bahia e o Rio São Francisco.Fonte; ATLAS DE PERNAMBUCO,2003.

Com a separação da América do Sul ocorreu o soerguimento andino. Este fenômeno epirogenético soergueu parcialmente as plataformas e bacias sedimentares. Acarretou, ainda, um recuo total do mar interior Devoniano. Esse fenômeno geológico é o que explica o porquê dos planaltos ocuparem cerca de dois terços do território nacional, daí a expressão “o Brasil é uma terra de planaltos” (OLIVA & GIANSANTI, 1999, p.218; ROSS, 2001, p.50-64). 

Outro importante e principal evento a ser destacado nesse processo refere-se ao modo como se deu a erosão (ROSS, 2001, p. 51-65). Esses processos erosivos lentos e contínuos se estabeleceram justamente nas áreas em que havia o contato entre os planaltos de terrenos cristalinos (plataformas, também denominados de cinturões orogênicos) e, os planaltos sedimentares. Essa erosão contínua acabou resultando em um rebaixamento expressivo nas bordas dos escudos cristalinos, devido à erosão intensa nas bacias (ROSS, 2001, p.51-65). 

Jatobá & Lins (2001, p.71) afirmam que os processos erosivos presentes nas bordas de bacias determinaram a formação de cuestas no Brasil’. À proporção em que esses antigos fundos de mares iam sendo promovidos a elevadas terras emersas, deixaram de representar áreas de sedimentação para oferecer superfícies fortemente trabalhadas por agentes erosivos de climas úmidos e, posteriormente, secos. A “erosão conseguiu, ao longo de milhões de anos, entalhar, desmontar e carrear quase que totalmente o espesso capeamento sedimentar” de origem marinha do período devoniano, fazendo ‘desenterrar o piso do embasamento cristalino’ (ANDRADE, 1977, p.69).

Dessa forma, a origem do Catimbau estaria associada a importantes e seqüenciados processos geológicos e geomorfológicos presentes na história geológica do Fanerozoico no Brasil. A possível seqüência desses eventos obedeceria primeiramente, à seguinte ordem: “a) início da formação das bacias intracratônicas no Siluriano ou aurora do Devoniano formando uma peneplanície pré-devoniana; b) ocorrência de uma grande transgressão marinha no Devoniano, denominada fase talassocrática; c) um desaparecimento dos mares no Neopaleozóico; d) desenvolvimento de fossas tectônicas costeiras no Neojurássico (Reativação Waldeniana) – fase geocrática; desaparecimento da individualidade das bacias intracratônicas no cretáceo (PETRI & FULFARO, 1983, p.08)”. Assim, após a reativação da plataforma os sedimentos soerguidos foram erodidos por circundenudação, resultando em um relevo cuestiforme.

Percebe-se, ao exame dessas citações, a exemplo de: Mendes (1971); Andrade (1977); Petri & Fulfaro (1983); Salgado & Laboriau (2001); Popp (2002); Ross (2001), entre outros, uma tendência em considerar de fato a existência de uma transgressão marinha no interior do Brasil durante o Devoniano. Por isso, quando se analisam os parques nacionais do nordeste, a exemplo do Parque Nacional da Diamantina (MG); da Serra da Capivara (PI); da Serra das Confusões (PI); Sete Cidades (PI); Ubajara (PI) e do Catimbau (PE), todos guardam uma semelhanças geológicas, pois são formados por arenitos continentais. 

Assim, ao exame das citações, parece não haver duvida que a caatinga do nordeste brasileiro, no pretérito, esteve mesmo submersa em águas doce. No Parque Nacional do Catimbau a grande evidência desse fenômeno geológico é a presença do arenito. Aliás, tem sido esse aspecto que muitas vezes tem prevalecido como elemento fundamental para a criação de alguns parques nacionais nordestinos.


Imagens do Parque do Catimbau

Erosão eólica. Fonte: Natalicio de Melo.
Serra das Torres. Fonte:Natalicio de Melo

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REFERENCIAS
  • Atlas  Escolar de Pernambuco /Coordenação Manuel Correia de Oliveira Andrde, 2003.
  • Andrade,Gilberto Osório, Alguns aspectos do quadro natural do nordeste. SUDENE, Recife,1977
  • Antonio Texeira Guerra, Dicionário Geológico-Geomorfologico, IBGE, Rio de Janeiro, 1980.
  • Barreto,P.M.C. O Paleozoico da Bacia do Jatobá. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, 1968, v.17.n1.pag.29-45.
  • Earth Viewer 2.0 Credits. Mark E.Nielsen,PhD.
  • Geologic Time Scale 2009.
  • Geografia de Pernambuco. Andrade, M.C.; Sette H. 1969
  • MC.GRAW-HILL do BRASIL,Investigando a Terra erth science curriculum project -e.s.c.p.1973-1975. São paulo.SP.
  • MENDES, J.C. & SETEMBRINO, P. Geologia do Brasil. Rio de Janeiro: INL – MEC, 1971. 
  • Natalício de Melo Rodrigues, Tese de Mestrado: POTENCIALIDADES E IMPACTOS AMBIENTAIS NO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU E SUA ZONA DE AMORTECIMENTO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO,CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS,CURSO DE MESTRADO EM GESTÃO  e E POLÍTICAS AMBIENTAIS, Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais da Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre Orientador Eugênia Cristina Gonçalves Pereira, Dr. Busque na rede: Rodrigues, Natalício de Melo. - UFPE ou nesse blog . 2010.
  • Natalicio de Melo Rodrigues, POTENCIALIDADES E IMPACTOS AMBIENTAIS NO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU E SUA ZONA DE AMORTECIMENTO -Universidade Federal de Pernambuco, CFCH,-CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS, CURSO DE MESTRADO EM GESTÃO E POLÍTICAS AMBIENTAIS. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais da Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre. Mestrando. Orienadora Dra. Eugênia Cristina Gonçalves Pereira. 

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