"SERIA INGENUIDADE PENSAR QUE AS CLASSES DOMINANTES DESENVOLVESSE UMA FORMA DE EDUCAÇÃO QUE PERMITISSE ÀS CLASSES DOMINADAS TER CONSCIÊNCIA CRÍTICA PARA PERCEBER AS INJUSTIÇAS"
(PAULO FREIRE,1921-1997)' .
domingo, 10 de dezembro de 2023
ERAM OS DEUSES ASTRONAUTAS
Eram os Deuses Astronautas? (Erinnerungen an die Zukunft, no original alemão, Chariots of the Gods, em inglês) é um livro escrito em 1968 pelo suíço Erich von Däniken, em que o autor teoriza a possibilidade das antigas civilizações terrestres serem resultados de alienígenas (ou astronautas) que para as épocas relatadas teriam se deslocado.
Von Däniken apresentou como provas ligações entre as colossais pirâmides egípcias e incas, as quilométricas linhas de Nazca, os misteriosos moais da Ilha de Páscoa, entre outros grandes mistérios arquitetônicos. Ele também cria uma teoria de cruzamentos entre os "extraterrestres" e espécies primatas, gerando a espécie humana.
Dizia o autor também que esses "extraterrestres" eram considerados divindades pelos antigos povos: daí vem a explicação do título do livro. Naturalmente, levando o pensamento há 1000 ou 2000 anos atrás, é impossível definir um objeto voador com 30 metros de comprimento - que hoje chamamos de avião ou ônibus espacial - portanto correlações próximas à realidade da época foram feitas: "Deus", "Anúbis", "Itzmná" ou "Salvador".
Unido à época lançada - um ano antes do homem ir à Lua -, von Däniken conseguiu vender milhares de livros e convencer muitos leitores. As teorias defendidas neste e em outros livros de Däniken ainda são tema de discussão, leiga ou acadêmica, contrária ou favorável. Alguns autores exploram o tema da teoria dos astronautas antigo
VEJA O FILME
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
A HISTÓRIA DA FESTA DAS MAROCAS - BELO JARDIM - PE
Começa na sexta-feira (14), em Belo Jardim, Agreste de Pernambuco a 54ª Festa das Marocas. A festa é a mais tradicional da cidade e este vai receber artistas regionais e nacionais. Na abertura dos festejos, no palco principal, se apresentam a cantora Raphaela Santos, Conde Só Brega e Forró na Mídia.
A festa vai contar com diversos polos de animação espalhados pelo município: Palco Principal, no Pátio de Eventos Nivaldo Jatobá, o Palco Alternativo, ao lado do Pátio de Eventos, o Palhoção, na Rua Marechal Deodoro; o Polo Infantil, na Praça Jorge Aleixo e a Feira de Artesanato e Gastronomia, no Calçadão das Marocas.
Nasceu: Brotas de Macaúbas (BA)
Ocupação: Educador
Obras fundamentais: A cidade nos países subdesenvolvidos
(1965), Por uma geografia nova (1978) e Por uma outra
globalização. Do pensamento único à consciência universal (2000).
2
Da alfabetização em casa pelos pais, que eram
professores, até o doutorado na universidade
Strasbourg, em 1958, na França, e os 20 títulos de
doutor honoris causa em universidades renomadas
até 2000, a vida acadêmica de Milton Santos produziu
uma vasta obra sobre as principais mudanças da
humanidade no nosso tempo.
Milton Santos nasceu na cidade de Brotas de Macaúbas
(BA), em maio de 1926. Foi preso na ditadura militar em
1964 e ficou no exílio até 1976. Ele morreu em junho de
2001, na cidade de São Paulo.
"*Sou baiano, venho de uma família de professores
do lado materno, meu avô e minha avó eram
professores primários, mesmo antes da abolição.
Do lado paterno, devem ter sido escravos, não sei
muito bem, porque em minha casa me ensinaram a
olhar mais para a frente do que para trás. Meu pai também acabou sendo professor primário, de
modo que nasci numa família que – antes da
criação do que se chama classe média – era uma
família remediada, humilde mas não pobre, e
que tentou me dar uma educação para mandar,
para ser um homem que pudesse, dentro da
sociedade existente na Bahia, conversar com
todo mundo."
*Milton Santos, em entrevista à Revista Caros
Amigos, em 1998.
Em 1994, recebeu o Prêmio Vautrin Lud, conferido
por universidades de cinquenta países, o maior
reconhecimento da área da geografia, equivalente a
um Prêmio Nobel.
Em 1996, quando completou 70 anos, foi realizado
um seminário internacional chamado “O Mundo
do Cidadão. O Cidadão do Mundo”, que virou um
livro com o mesmo nome e o registro de textos de
67 intelectuais sobre Milton Santos e sua obra de
centenas de livros, análises e artigos.
Atuações múltiplas
e uma crítica social
vigorosa
Com formação em Direito, atuação no jornalismo e
como professor em diversas universidades, foi na
área da Geografia que Milton Santos revolucionou
o olhar acadêmico com novas frentes de pesquisas e textos sobre a globalização, urbanismo,
desenvolvimento econômico dos países do
Terceiro Mundo e a relação entre o território e seus
habitantes, entre outros.
No programa Roda Viva, da TV Cultura, a televisão
pública do Estado de São Paulo, em março de
1997, Milton Santos definiu o problema estrutural
da globalização, um dos principais temas
analisados por ele.
" “Durante dois séculos, a humanidade sonhou
com uma ciência a serviço do homem. Quando
isso se obtém, este objetivo é deixado de lado
para que a globalização sirva a um número
extremamente limitado, não só de pessoas,
mas de empresas e instituições”, disse Santos."
Santos inovou o pensamento científico ao propor
a mudança de eixo da análise socioeconômica para
a socioespacial, que deu base para o conceito de
Nova Geografia. “Creio que os territórios têm um
papel muito grande na compreensão do que é uma
nação”, disse o geógrafo.
A visão aguçada de Milton Santos para questões
amplas da sociedade fez com que fosse escolhido
como consultor da ONU, da Unesco e da OIT. Ele
também assessorou os governos da Argélia e da
Guiné Bissau, ambos na África. Foi membro do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano
do Brasil e da Comissão de Justiça e Paz da
Arquidiocese de São Paulo.
CREIO QUE OS
TERRITÓRIOS
TÊM UM
PAPEL MUITO
GRANDE NA
COMPREENSÃO
DO QUE É UMA
NAÇÃO -Santos,M.
“Tudo deve ser ensinado como um grande enredo.
Os livros deveriam ser escritos como enredo,
abanar o facultês, o universitês e o geografês e
apresentar os fatos e as realidades como são”,
afirmou em um programa de televisão, em julho de
1995.
Milton Santos dizia que não era um especialista na
questão negra, mas era um negro brasileiro que
teve a experiência de ter sido negro em quatro
continentes. “A luta dos negros no Brasil só terá
eficácia se forem envolvidos todos os brasileiros,
inclusive os negros, mas não só os negros. Não cabe
aos negros, aliás, fazer essa luta. Essa luta tem que
ser feita sobretudo por todos”, disse durante uma
conferência do Movimento Negro, em 1995, na
Faculdade de Serviço Social da UERJ.
Há uma frequente indagação sobre como é ser
negro em outros lugares, forma de perguntar,
também, se isso é diferente de ser negro no
Brasil. As peripécias da vida levaram-nos a
viver em quatro continentes, Europa, Américas,
África e Ásia, seja como quase transeunte,
isto é, conferencista, seja como orador, na
qualidade de professor e pesquisador. Desse
modo, tivemos a experiência de ser negro
em diversos países e de constatar algumas
das manifestações dos choques culturais
correspondentes.
Cada uma dessas vivências foi diferente de
qualquer outra, e todas elas diversas da própria
8
experiência brasileira.
As realidades não são
as mesmas. Aqui, o fato de que o trabalho do
negro tenha sido, desde os inícios da história
econômica, essencial à manutenção do bemestar das classes dominantes deu-lhe um papel
central na gestação e perpetuação de uma
ética conservadora e desigualitária.
Os interesses cristalizados produziram
convicções escravocratas arraigadas e mantêm
estereótipos que ultrapassam os limites do
simbólico e têm incidência sobre os demais
aspectos das relações sociais. Por isso, talvez
ironicamente, a ascensão, por menor que
seja, dos negros na escala social sempre deu
lugar a expressões veladas ou ostensivas de
ressentimentos (paradoxalmente contra as
vítimas). Ao mesmo tempo, a opinião pública
foi, por cinco séculos, treinada para desdenhar
e, mesmo, não tolerar manifestações de
inconformidade, vistas como um injustificável
complexo de inferioridade, já que o Brasil,
segundo a doutrina oficial, jamais acolhera
nenhuma forma de discriminação ou
preconceito.
Milton Santos
“Milton Santos tem mil atuações e é uma
grande inspiração. Ele deixou como legado uma
crítica social vigorosa. Ele fez questionamentos
importantes sobre o pensamento social brasileiro”,
disse Katty Valêncio, bibliotecária e proprietária da
livraria Africanidades.
Para conhecer melhor:
3 livros de Milton
Santos e 2 vídeos
Livro: A cidade nos países subdesenvolvidos
Civilização Brasileira, esgotado
A obra de 1965 começa uma linha de análises sobre
as dinâmicas e transformações nos países periféricos
e como eles impactam no arranjo geral do mundo.
Milton Santos faz uma apurada observação sobre a
desigualdade e a formação das grandes cidades nos
países pobres. “A cidade não tem poder para forçar
a evolução regional de que depende o seu próprio
desenvolvimento. As possibilidades de evolução regional
são criadas fora da região e da cidade, de acordo com os
interesses do mundo industrial”, aponta em um trecho
da obra.
Por uma Geografia Nova: da Crítica da Geografia
a uma Geografia Crítica
Edusp, 288 págs.
Lançado em 1978, o livro é um marco da geografia.
Milton Santos une filosofia, história e epistemologia, e
outras disciplinas da área de humanas, para ampliar o
pensamento geográfico, com destaque para o estudo
dos territórios, dos espaços. A obra representa o
surgimento de uma geografia mais crítica, que ajuda
o entendimento do mundo, e das relações humanas,
como um todo.
Por uma outra globalização
Record, 176 págs., Publicado em 2000.
Trata-se de um grande resumo da obra
de Milton Santos que, ao mesmo tempo, também
é uma nova revolução no pensamento global ao
destacar os efeitos possíveis dos monopólios do
dinheiro e da informação. Milton Santos antevê os
problemas gerados pelo aumento exacerbado da
competitividade no mundo e do empobrecimento
das massas.
Documentário
Encontro com Milton Santos: o mundo global
visto do lado de cá
1h29min, 2006
Assita aqui. Clik no play acima.
Dirigido por Silvio Tendler, o documentário mostra
a última entrevista do geógrafo, gravada em janeiro
de 2001, cinco meses antes da sua morte.
Entrevista Ao Roda Viva
1h26min, 1997
Disponível aqui
Entrevista concedida por Milton Santos em 1997 no
programa Roda Viva, da TV Cultura, está disponível
no YouTube no canal oficial da atração.
Entrevista Ao Roda Viva
1h26min, 1997
Disponível aqui .Clik no play acima.
Entrevista concedida por Milton Santos em 1997 no
programa Roda Viva, da TV Cultura, está disponível
no YouTube no canal oficial da atração.
FONTE; NOVA ESCOLA.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
O ESPAÇO CIDADÃO
PROFESSOR DR. MILTON SANTOS* -
PALESTRA DE ABERTURA DO CONGRESSO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA - HAVANA, CUBA -
*Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas, 3 de maio de 1926 – São Paulo, 24 de junho de 2001) foi um geógrafo, escritor, cientista, jornalista, advogado e professor universitário brasileiro.
Considerado um dos mais renomados intelectuais do Brasil no século XX, foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970. Embora graduado em Direito, destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo e por seus trabalhos sobre a globalização nos anos 1990. Sua obra caracterizou-se por apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista e seus pressupostos teóricos dominantes na geografia de seu tempo.
Foi professor da Universidade Federal da Bahia, da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne, da Universidade Columbia, Universidade de Toronto, da Universidade de Dar es Salaam e da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP, onde se tornou professor emérito. Em alguns anos da sua trajetória profissional, conciliou suas atividades acadêmicas com consultorias a Organização Internacional do Trabalho, a Organização dos Estados Americanos e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, além de ter participado da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Ele também escreveu mais de 40 livros, publicados não apenas no Brasil, como também em países como França, Reino Unido, Portugal, Japão e Espanha.
Recebeu diversos títulos acadêmicos e honrarias, entre os quais o prêmio Vautrin Lud, o de maior prestígio e uma espécie de Nobel na área da geografia, e também foi agraciado postumamente em 2006 com o Prêmio Anísio Teixeira.
DO LIVRO : GEOGRAFIA DO CIDADÃO
A atividade econômica e a herança social distribuem os homens desigualmente no espaço fazendo com que noções como rede urbana ou sistema de cidades não tenham validade para a maioria das pessoas. O acesso efetivo delas aos bens e serviços depende de seu lugar socioeconômico e também do lugar geográfico, tema que Milton Santos explorou anteriormente em O Espaço Dividido. Aprofundando a discussão, o autor se propõe aqui a tratar a questão da cidadania pelo ângulo geográfico, mostrando como a mobilidade ou o imobilismo tornam-se assim categorias de análise. Com a pretensão de contribuir para o debate da redemocratização brasileira, as análises são feitas a partir da realidade do país, mas tentam abarcar também a de outros países subdesenvolvidos.